Os dias seguintes à vitória de Li Tian foram silenciosos demais.

  Nenhum novo desafio veio de Bai Ren — que permanecia em repouso, humilhado e com a reputa??o em frangalhos. Nenhum anci?o ousava enfrentá-lo diretamente. Mas o que pairava sobre ele… era ainda pior que a hostilidade.

  Era o medo.

  Li Tian percebia. Os olhares n?o eram mais de desprezo, mas de desconfian?a. Muitos se perguntavam: o que exatamente ele se tornou?

  Numa manh? cinzenta, enquanto praticava sob a colina onde havia encontrado a lamina, uma figura se aproximou em silêncio. Era um velho encapuzado, com olhos semicerrados e um andar curvado, apoiando-se num bast?o de jade rachado.

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  — Seu controle de energia é primitivo… mas sua alma… — disse o velho, com uma voz rouca — …ela carrega uma marca que n?o pertence a este mundo.

  Li Tian se virou, em alerta.

  — Quem é você?

  — Eu sou apenas um observador. Mas, no passado, fui chamado de Mestre Luo. — Ele ergueu os olhos. — E já vi esse poder antes. Há cem anos, quando as estrelas gritaram.

  Li Tian estreitou os olhos.

  — Yu Shen?

  Mestre Luo tremeu ao ouvir o nome.

  — Esse nome… foi apagado dos registros. Ele n?o era um cultivador. N?o era um deus. Era… uma for?a. E se você abriga essa for?a, garoto, ent?o está preso a um destino que destruirá muito mais que a vila Tianlu.

  Li Tian n?o recuou.

  — Ent?o que venha.

  Mestre Luo riu baixinho.

  — Corajoso… ou tolo. Veremos. Mas tome cuidado: há marcas em sua alma que reagem à presen?a do legado de Yu Shen. Elas s?o feridas… ou talvez selos.

  Ele entregou um amuleto feito de metal negro.

  — Se algum dia sua alma come?ar a queimar por dentro, isso pode ajudar. Por um tempo.

  Antes que Li Tian pudesse perguntar mais, o velho desapareceu como se nunca tivesse estado ali.

  Mas naquela noite, ao tocar o amuleto…

  Ele sonhou com fogo.