O céu estava encoberto, e uma névoa fina descia sobre a Vila Tianlu como se o próprio destino hesitasse em revelar os próximos passos de sua trama. Dentro do Cl? Bai, os corredores estavam agitados. Vozes sussurravam o nome de Li Tian como se fosse um presságio.
O servo sem raiz espiritual havia feito o monólito tremer. E mais do que isso: ele despertara uma energia que nenhum dos anci?os soube identificar. Nem mesmo o patriarca do cl?, Bai Shengtian, ousou classificá-la abertamente.
Na sala principal, os anci?os debatiam com express?es fechadas.
— Aquilo n?o era uma manifesta??o natural — disse o Segundo Anci?o, de olhos estreitos. — Nunca vi algo igual em toda minha vida de cultivador.
— E se n?o for natural… ent?o é profano — completou outro, com a testa franzida.
O Patriarca mantinha-se em silêncio, o olhar perdido em algum ponto do passado. Ele havia sentido algo naquela energia. Algo… primitivo. Familiar.
Antigo demais para ser nomeado.
— Ele é apenas um garoto — disse por fim, com voz pesada. — Mas os céus n?o escolhem os puros. Eles escolhem os necessários.
Enquanto isso, Li Tian estava ajoelhado no pátio de servos, limpando o sangue seco que escorria do nariz. O teste espiritual havia cobrado seu pre?o. A energia de Yu Shen ainda pulsava dentro dele, e sua alma parecia estar em brasa.
— Você n?o devia ter feito isso — disse uma voz baixa ao seu lado.
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Era Lin Yue, uma jovem criada do cl?, com olhos atentos e um cora??o gentil. Das poucas que jamais o trataram com desdém.
— Agora eles v?o ca?ar você — sussurrou.
Li Tian sorriu, mesmo com dor.
— Que tentem.
Ela olhou nos olhos dele e estremeceu. Algo havia mudado. O garoto que aceitava ser pisado já n?o estava mais ali.
Naquela noite, como esperado, vieram por ele.
Três cultivadores de nível médio, todos ligados à casa de Bai Ren, invadiram o alojamento dos servos em silêncio, com ordens para “dar uma li??o ao c?o que latia demais”.
Mas o c?o… já n?o era o mesmo.
Li Tian os esperava em pé, de costas para a lua cheia. Seus olhos estavam cerrados, a respira??o profunda. A lamina quebrada repousava nas m?os, envolta em pano.
— Três contra um. T?o honrado quanto o cl? que vocês servem — disse, sem se virar.
— Cala a boca, lixo! — rosnou um dos homens, sacando sua espada.
Eles avan?aram ao mesmo tempo.
E o tempo pareceu parar.
“Agora, ou?a. Sinta. N?o lute com for?a… lute com a vontade.”
As palavras de Yu Shen ecoaram em sua mente como trov?es.
No instante em que o primeiro golpe veio, Li Tian moveu o corpo com precis?o anormal. Desviou por um fio e bateu com o cabo da lamina na têmpora do atacante, fazendo-o desabar.
O segundo golpe cortou o ar — mas n?o o alcan?ou. Com um giro, Li Tian canalizou sua vontade na espada. A lamina brilhou em azul espectral por um instante, e uma rajada de for?a empurrou o agressor contra a parede.
O terceiro homem hesitou.
— O que… o que você é?
Li Tian ergueu os olhos, e pela primeira vez, deixou que o símbolo em sua m?o brilhasse à mostra. Um halo negro-púrpura cercou seu corpo por um breve momento.
— Eu sou aquele que vocês ignoraram.
Aquele que ninguém temeu.
Mas que agora… vocês n?o podem deter.
O homem fugiu.
Li Tian tombou de joelhos logo depois, ofegante. Seu corpo ainda era fraco. Mas sua alma… estava em chamas.
No sal?o principal, Bai Ren socava uma coluna de pedra, furioso.
— COMO ELE DERROTOU TRêS CULTIVADORES?! — berrou. — Ele é um ninguém! Um verme! Eu n?o vou permitir que ele envergonhe meu nome de novo!
O patriarca, seu pai, apenas o observava.
— Se ele for mesmo um risco… você vai precisar vencê-lo diante de todos — disse. — O Torneio da Lua Cheia está próximo. é sua chance de silenciar essa amea?a com glória.
Bai Ren sorriu.
— Ent?o será ali que esse lixo vai morrer.
Mais tarde, na colina silenciosa, Li Tian meditava. A lamina ao seu lado. O céu estrelado acima. E dentro de sua mente, Yu Shen.
“Você come?ou a trilhar o caminho… mas ele é longo. Doloroso. E manchado por sangue.”
— Eu sei — respondeu Li Tian. — Mas se tudo o que tenho é dor… ent?o que ela me leve até o topo.
Yu Shen permaneceu em silêncio por um momento.
“Você fala como um deus…”
Li Tian sorriu.
— Ainda sou um mortal.
Mas por pouco tempo.