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Capítulo 21 – A Cidade Proibida de Zhulong

  A poeira do deserto ainda n?o havia se assentado quando Li Tian retomou a jornada.

  Seguindo o mapa negro que Mestre Linhuo lhe dera, seu próximo destino era uma cidade esquecida pelos mapas comuns — uma lenda entre os cultivadores: Zhulong, a Cidade Proibida.

  Era dito que Zhulong fora erguida pelos primeiros homens que tocaram o poder divino. Que ali, fragmentos de deuses adormeciam… e segredos que nem as maiores seitas ousavam revelar.

  “Perigo e poder caminham lado a lado,” ressoava a voz de Yu Shen, como um sussurro nas entranhas do vento.

  Após dias atravessando planícies áridas e vales ocultos, Li Tian avistou os port?es de Zhulong.

  Eram colossais — uma muralha de pedra negra, entalhada com runas ancestrais que brilhavam fracamente sob a luz do crepúsculo. A cidade parecia adormecida, envolta em uma névoa tênue que flutuava sobre as casas abandonadas.

  Mas havia vida ali.

  Sombrias. Observadoras.

  Sentinelas encapuzados guardavam o port?o principal, armados com lan?as douradas e olhos que ardiam como brasas.

  Quando Li Tian se aproximou, um deles avan?ou, a voz rouca saindo debaixo do capuz:

  — Estrangeiros n?o s?o bem-vindos em Zhulong.

  Li Tian parou a poucos metros. Seus sentidos alertavam que esses homens n?o eram cultivadores comuns — seus corpos exalavam um poder antigo, diferente de tudo que havia enfrentado.

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  — Estou procurando algo que me pertence — respondeu, sem baixar a cabe?a.

  O sentinela permaneceu em silêncio por um instante.

  Ent?o, sem aviso, golpeou.

  O ataque foi rápido como um raio. A lan?a cintilou na dire??o do cora??o de Li Tian.

  Mas o jovem já esperava.

  Ele ergueu a lamina quebrada, bloqueando o golpe com um estrondo metálico que ecoou pelas muralhas.

  O impacto lan?ou faíscas, e a for?a do ataque abriu uma cratera sob seus pés.

  A resistência dele pareceu surpreender o sentinela.

  Atrás da muralha, uma segunda figura surgiu.

  Era uma mulher — diferente dos sentinelas comuns.

  Seus cabelos eram prateados como neve sob a lua, e seus olhos, de um violeta profundo, fitavam Li Tian com uma curiosidade gélida.

  — Deixe-o passar — ordenou ela.

  Os sentinelas se afastaram sem questionar.

  Li Tian a encarou, intrigado.

  A mulher sorriu de leve.

  — Você carrega a marca do Deus Caído.

  — Aqui… n?o somos seus inimigos.

  — Pelo menos, ainda n?o.

  Li Tian hesitou apenas por um momento. Ent?o atravessou os port?es de Zhulong.

  A cidade além deles era ainda mais estranha do que imaginara.

  As ruas eram pavimentadas com jade negro. Estátuas colossais de seres esquecidos vigiavam pra?as abandonadas. Templos ruídos sussurravam ora??es em línguas mortas, carregadas pelo vento.

  Mas o que mais chamou sua aten??o foram as pessoas.

  Eram poucos — mas todos tinham uma marca estranha sobre o peito: um padr?o em forma de espiral dourada.

  A mulher prateada caminhava à sua frente, sem se preocupar se ele a seguia ou n?o.

  — Você deve ter muitas perguntas — disse ela, sem se virar.

  Li Tian estreitou os olhos.

  — Quem s?o vocês?

  Ela parou diante de uma fonte quebrada, cuja água emanava uma luz púrpura fraca.

  — Somos os Guardi?es do Selo — respondeu. — Filhos daqueles que juraram proteger o que sobrou dos deuses caídos.

  Li Tian sentiu um arrepio percorrer a espinha.

  Yu Shen murmurou em sua mente:

  “Eles… s?o os restos de uma promessa antiga. Mas cuidado, garoto… promessas podres s?o as mais perigosas.”

  A mulher prateada olhou-o nos olhos.

  — Você busca os fragmentos da espada, n?o é?

  Li Tian assentiu.

  Ela ergueu a m?o, revelando algo: uma pequena pedra negra, do tamanho de um punho, pulsando com energia viva.

  Era um fragmento da lamina.

  — Querê-lo tem um pre?o — disse ela, a voz grave. — Preciso que me ajude a quebrar o Selo do Santuário.

  Li Tian franziu o cenho.

  — O que há nesse santuário?

  Ela sorriu, mas seus olhos estavam sombrios.

  — Uma parte esquecida… do próprio Yu Shen.

  A lamina quebrada nas costas de Li Tian vibrou violentamente, como se reagisse a essas palavras.

  O destino come?ava a apertar seus dedos invisíveis ao redor de seu caminho.

  E Li Tian, mais uma vez, teria que escolher:

  Ajudar… ou recusar e enfrentar a cidade inteira como inimigo.

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