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21

  Alguns dias passaram somente com Graco se recuperando do rebote intenso do seu corpo, os dias chuvosos do outono chegaram para preparar tempos mais frios.

  Ele dormiu mais tempo e comeu mais. Ele já tinha enjoado do leite materno e de sopinhas leves, portanto quando sua fome aumentou e ganhou a capacidade de comer alimentos sólidos semestres atrás, ele se banqueteava com voracidade, e agora, devido a tudo que ocorreu, ele foi considerado um glut?o.

  Felizmente para Graco, ele n?o se tornou uma crian?a obesa. Ele é no máximo mais gordinho do que a maciez usual da infantilidade.

  Atualmente Globrilov o levava mais vezes para o primeiro andar, e Graco ficava lá enquanto observava Kalinie, Moíah e Globrilov fazerem seus afazeres do dia. Graco, muitas vezes, cochilava no sofá ou na poltrona da sala de estar, isso o fez se perguntar quando poderá ter seu próprio quarto.

  E ele perguntou isso a Globrilov, apenas para saber que era só ele já ter pedido. E assim ele come?ou a dormir no último quarto do corredor, o adjacente ao de seus pais. E foi fácil a mudan?a, pois seu novo quarto já era mobilhado com uma cama, um armário para as roupas e uma mesa para escrever algo.

  'Porra, ferrei com a vida sexual dos meus pais. Fiquei t?o acostumado com o conforto de dormir com eles, que isso nem passou pela minha cabe?a.' Graco diz exasperado

  'Acho que n?o, talvez eles faziam suas atividades em estabelecimentos para isso fora de casa. E eles n?o repudiam que você durma com eles, além de que estarmos muito focados no progresso neste últimos meses que nem tivemos essa percep??o.

  E eles n?o demonstravam nenhum desacordo com isso também.'

  'Espero' Graco diz suspirando

  Quando seus irm?os estavam em casa, eles come?aram a conversar alegremente com Graco. Kibi tinha o hábito de o abra?ar rotineiramente, e Rualovu de rir independente de se acontecer algo engra?ado ou n?o, talvez para ele, coisas engra?adas sejam mais simples.

  Graco brincava com eles de vez em quando, mas estas atividades era mais uma encena??o que, às vezes, ele se genuinamente se divertia.

  Geralmente seu dia passava com ele treinando, os intervalos era interagindo no café da manh?, almo?o, café da tarde e jantar com os outros da grande casa, e ainda dormia muito devido ao rebote do treino.

  Seus irm?os estavam em uma escola básica desde os 6 anos, e chegavam em casa lá pelo final da tarde. Ent?o Graco conversava mais com Globrilov e Kalinie, Moíah era um pouco taciturno.

  Graco assistia seus irm?os serem treinados na luta de defesa pessoal no grande espa?o da sala de estar, os sofás e poltronas eram arredados para formar o espa?o necessário.

  Isso quando eles n?o estavam correndo pela estrada que vai ao baronato, fazendo flex?es de bra?o no ch?o ou no piso de madeira negra polida da grande casa.

  Barra fixa em cordas penduradas em árvores do quintal ou agachamentos e abdominais no campo após o jardim que circunda a casa também era parte do exercício de Kibi e Rualovu.

  Ultimamente, seus pais come?aram a chegar mais tarde em casa, lá pelo início da noite, e quando chegavam, era o tempo deles jantarem, tomarem banho, conversarem um pouco e irem dormir. E durante o dia, eles almo?avam e saiam novamente.

  Ou seja, Graco têm pouca intera??o com eles, pois ele dormia mais pela manh? e quando era noite ele já estava bocejando fortemente. Kibi e Rualovu, eram trazidos por Globrilov para casa quase no fim da tarde, ent?o era com seus irm?os que ele interagiu mais.

  Em uma das tardes sozinhas de Graco, ele estava no quarto de seus pais enquanto retomava as novas de seu corpo. Deitado de bru?os enquanto conversa com Eztli. Mesmo tendo seu novo quarto, ele ainda se concentrava mais aqui, e como esta atividade requer mais foco, ele voltou para cá somente para se testar com cautela.

  'Ent?o você comandou meu corpo no tempo que estive fora? Quanto tempo fiquei inconsciente?' Graco indaga bocejando

  'Sim, foi bom estar no seu lugar, e acho que foi umas duas ou três semanas. A passagem do tempo para mim é mais rápida quando estou vivendo em seu corpo'

  'Gostou de comer? Você prefere doces ou salgados?'

  'Doces, obviamente. Na tribo em que morei, no máximo eram frutas que eu comia. E a culinária de Kalinie e Globrilov é divino'

  'Time dos doces ent?o? Mas concordo com você, os bolos que eles fazem é, literalmente, de outro mundo.'

  'Certo, Graco. Vamos come?ar a rever as novidades. Tivemos esta evolu??o instintiva, mas n?o vimos nenhum avan?o nítido. Devemos come?ar a explorar o aspecto umbral.'

  Dizendo como uma professora mudando para o foco, Eztli diz serenamente.

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  'Ok'

  Graco, n?o querendo mais errar como antes, se concentra fechando seus olhos com seriedade e respirando ciclicamente.

  O inspirar e expirar da respira??o de Graco continua por alguns segundos, ele sente a vinda gélida da energia mundial que é sugada para dentro de seu pequeno corpo e se movimenta por ele, a rota dela termina quando ela enche seu núcleo com um calor confortável.

  Casualmente vai surgindo uma fuma?a escura cinzenta com cintila??es de um branco puro no quarto, ela vai adentrando sorrateiramente na pele de Graco, formando suas ralas escamas pretas e uma tatuagem textual que decora suas costas até os antebra?os que, neste momento, progressivamente s?o enegrecidos por uma tinta abissal e pele áspera, tingindo suas m?os de preto simultaneamente em que afina e alonga seus dedos, moldando-os em garras.

  Sua pele ganha um tom pálido doentio, e se torna indiscernível as marcas e unhas de suas m?os agora de cor preto absoluto. O mesmo processo medonho acontece com seus pés, deixando-os totalmente negros.

  As pálpebras dos olhos evaporam ao mesmo tempo em que os olhos de Graco ganham a mesma cor de suas m?os, somente uma íris branca imaculada menor que o tamanho de uma gota preenche o olhar abissal. Veias negras e pulsantes saltam de sua pele, serpenteando desde as coxas até o rosto.

  Pequenos pêlos e sinais de nascen?a somem da pele de Graco, sua figura fica mais esguia e magra, irregularidades devido a músculos e gordura desaparecem, fazendo-o liso como uma cobra.

  Tudo isso apresenta uma linda e macabra discrepancia com as veias e tatuagens que transparecem coabitar harmoniosamente.

  As orelhas de Graco se estendem para cima, fazendo sua ponta dobrar levemente para os lados. A gargantilha permanece com o mesmo couro arcaico segurando o minúsculo orbe com a fuma?a branca e translúcida dentro que se move como uma chama solene.

  A tatuagem do cora??o permanece intocada por toda a transforma??o, um espa?o de centímetros é deixado livre em torno deste desenho preto e branco.

  Uma forma estranha gerada pelo gás dan?ante se entrela?a em sua pélvis, deixando Graco sem genitália na virilha. Seu cabelo adquire uma tonalidade preta vazia, como se sugasse a luz circundante, e uma aura oscilante sai de sua pele junto a fuma?a, deixando sua imagem errática e mal nítida.

  Um rabo fino e longo, de cor preta, liso e com uma ponta afiada, cresce e se estica na lombar de Graco, remexendo-se com autoconsciência aparentemente. Pequenos chifres negros e lisos nascem em sua testa, os lábios de Graco s?o absorvidos por sua pele, assim como sua sobrancelha.

  Em sua respira??o rítmica de olhos abertos devido ao desaparecimento das pálpebras, é visível que Graco ganha dentes muito brancos e mais pontudos fixados em gengivas pretas.

  'Terminou' Eztli diz calmamente após assistir toda a quieta e mansa metamorfose acontecer durante dezenas de segundos.

  Já notando as mudan?as na transforma??o, pois a incapacidade de piscar e fechar os olhos permanentemente abertos o deixa com uma sensa??o estranha. Levando as m?os ao rosto, ele sente com a ponta de suas garras finas que n?o tem lábios e que seus dentes est?o mais triangulares.

  Mesmo vestido um pijaminha azul escuro, Graco sente as mudan?as diferentes da última transforma??o em seu corpo. Tudo está mais adaptável e adequado a configura??o de seu físico, mais organizado e metódico, mais... perfeito.

  'é facilmente perceptível as mudan?as. O crescimento e nutri??o do seu corpo ao longo dos meses juntamente com nosso desenvolvimento recente deve ser o motivo de originar outras nuances no aspecto umbral.'

  'Acho o mesmo ... Sou assexuado nesta forma agora, Eztli ... N?o tenho boca, pálpebras ou pelos no corpo. Me sinto mais estranho do que nunca, sinto que sou uma ra?a diferente do humano.'

  'Provavelmente você vai se tornar ainda mais diferente dos humanos quanto mais progredir. Acredito que isso é natural, e esta etapa é somente o início, talvez a transforma??o anterior era somente a fase embrionária'

  Eztli diz seus pensamentos com seriedade, ela observa Graco, e também verifica seu palácio existencial. Suas almas est?o coexistindo com a fuma?a negra da entidade, elas orbitam uma a outra inofensivamente de forma apaziguadora.

  A alma de Graco e da Eztli, antes da ativa??o do aspecto umbral, elas conviviam sem o gás espreitador da criatura.

  A vitalidade de Graco emana pregui?osamente, mas constantemente a aura ondulante e seu núcleo libera para seu físico pulsa??es de energia mundial acumulada, mas agora corrompida pelo orbe.

  O orbe abissal na gargantilha é o principal alimentador da metamorfose, liberando uma energia corrompida e se enraizando no organismo de Graco.

  'Consigo me acostumar. Me sinto mais leve e magro também, só este rabo que n?o consigo controlar. E posso ouvir os barulhos da cozinha agora, legal.'

  Tentando abranger seus instintos primitivos, Graco, inesperadamente, para a exala??o da aura e fuma?a. Já a cauda lisa, simplesmente, fica mais calma.

  'Se sente na cama, quero olhar para as frases de suas tatuagens nas costas.'

  'ok'

  Levantando-se lentamente, Graco fica na posi??o de lótus na cama. Eztli, em sua forma de vespa, paira em frente as costas dele. Vendo sua coluna protegida por ralas escamas negras, ela vira seu olhar para as tatuagens de letras estranhas.

  Graco entra com sua consciência na alma de Eztli para conseguir ver o mesmo que ela, eles ainda n?o sabem, mas essa fus?o de almas deixa seus olhos com um brilho cinza.

  Analisando as escritas, eles inicialmente ficam confusos e incertos, porém gradualmente de forma impensada e involuntária, como se fosse natural ou automático, por osmose, o entendimento do conhecimento das frases destas tatuagens entra em seus pensamentos.

  As tatuagens soltam um zumbido ruidoso ao tremerem levemente, e permanecem inalteradas.

  Um grimório grosso se materializa espontaneamente. Com uma capa de um delgado couro negro áspero e arcaico do mesmo tipo da gargantilha e de páginas cinzentas, sem título, efeito ou som, o grimório passa uma sensa??o de antiguidade milenar e bizarra.

  Os dois, hipnotizados e focados nas tatuagens, n?o veem a chegada do livro flutuante. Graco só sai deste afinco quando o livro cai em suas m?os, dando uma agulhada de sensa??o a sua sapiência, e o levando de volta para seu corpo.

  'Eztli um livro apareceu a partir do nada' Graco diz enquanto cautelosamente ergue o livro esquisito.

  Eztli rapidamente dá uma volta e paira ao lado do rosto de Graco.

  'Abra ele. Aquela sensa??o de clique chegou quase no mesmo momento do surgimento deste livro luxuoso, n?o é uma coincidência.'

  Eztli fala com uma mistura de interesse, prudência, medo e afli??o.

  Abrindo o livro de tamanho médio ao meio, eles olham com aten??o. N?o havendo nenhuma a??o, Graco vai repassando as páginas vazias, quando chega ao início direito do livro, é encontrado ilustra??es de passos de exercícios.

  Alguns apresentando rituais, outros procedimentos com pessoas mortas, ou sozinho meditando e girando a energia pelo corpo.

  'Talvez este seja nosso dicionário sobre os engenhos de um Reparador' Graco diz serenamente,

  'Concordo' Eztli diz suspirando aliviada.

  'Alguém está subindo as escadas.' Ela diz apressadamente e alarmada.

  O livro se desmancha em uma fuma?a negra que é sugada instantaneamente pelo Orbe abissal na gargantilha. Todas as muta??es no corpo de Graco se desintegram em cinzas que desaparecem no ar.

  Eztli volta para o Orbe e Graco se joga rapidamente de costa na cama e puxa a coberta sobre si. Tudo n?o dura 10 segundos, o tempo necessário para Yuliya e Kletka abrirem devagar a porta dupla do quarto.

  ''Olá, meu queridinho''

  ''Boa tarde, pequeno Ac''

  As duas cumprimentam seu filho quase sincronicamente com uma voz amável e afável.

  ''Oi, m?es'' Graco fala sorrindo.

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